A História do Salto Alto
Os sapatos foram criados para proteger os pés, mas podem ajudar contar a história da pessoa que os usa. Os sapatos muitas vezes evidenciam o status, estilo, e valores econômicos, estéticos e sociais do proprietário.
O Uso de calçados começou na era paleolítica pelo menos 10000 anos atrás. Pinturas rupestres registram homens com as peles em torno de seus pés. Sandálias eram os calçados mais comuns entre as antigas civilizações, entretanto, alguns povos tiveram sapatos.
Na Mesopotâmia, China e Pérsia, eram usados sapatos macios similares a mocassins. Os Gregos criaram modelos diferentes para os pés, direito e esquerdo. Existem controvérsias quanto a origem do salto alto, possivelmente os primeiros sugiram na China e depois chegaram a Turquia e Europa, eram sandálias com plataformas que chegavam aos 40 centímetros. Na Itália renascentista os nobres, tanto homens quanto mulheres, usavam chopines, sandálias com plataformas de até 70 centímetros, e precisavam do auxílio de dois criados para manter o equilíbrio. Era produto de status pois somente os ricos tinham recursos para este luxo, quanto mais alto era o calçado, mais alta era a posição social do seu proprietário. Além disso continha um componente de dominação e submissão por restringir os movimentos.
O salto alto como conhecemos nos dias de hoje ganhou popularidade na corte francesa durante o século XVI, levado por Catarina de Medici de Florença a Paris. A inovação foi adotada imediatamente por homens e mulheres e espalhada por toda a Europa. Mantinha o pé elevado, evidenciava a posição social do indivíduo, permitia maior mobilidade que as chopines e deu contornos mais sensuais as mulheres. Retifismo é uma variante da podofilia onde o foco da atração sexual está nos sapatos. Sua atenção está voltada ao comportamento do proprietário do calçado, em especial na comunicação não verbal que manifesta, na maneira que a pessoa usa seus pés e se movimenta. Alguns retifilistas necessitam apenas dos sapatos para satisfazerem-se, outros incorporam os sapatos em suas relações sexuais, para estes fetichistas a satisfação completa é impossível a menos que um sapato seja envolvido no jogo.
Estes jogos amorosos podem transformar-se em rituais complexos, com a criação de verdadeiros passos de dança, que incluem beijar, lamber, cheirar, morder e acariciar. Estes fetichistas são colecionadores, dão nomes carinhosos aos sapatos que colecionam e tratam seus objetos de prazer como entidades especiais e mágicas. O mais famoso retifilista é Nicolas Edme Restif de La Bretonne, cujo nome deu origem ao termo retifismo, escritor francês autor do livro Le pied de Fanchette, publicado em 1769. Contemporâneo do Marquês de Sade que, dizem, era seu rival. Outros famosos retifilistas foram: Ovídio, Omar Khayam, Leon Tolstoy e Feodor Dostoievski. Dentre os brasileiros apaixonados por pés não se pode esquecer de Henfil e Glauco Mattoso.
Cada Retifilista têm sua preferência por algum tipo de calçado, sandálias, botas ou tamancos. Mas um tipo exerce uma atração especial, os sapatos de salto alto. E a esse fetiche em especial dá-se o nome de altocalcifilia ou a atração sexual despertada por sapatos de salto alto. Para alguns o fascínio pelos saltos altos pode estar na aparente limitação de movimento que causam e na necessidade de proteção que inspiram. Para outros torna as mulheres mais poderosas e superiores.
São alguns centímetros de altura que convidam a mulher a ver e sentir a vida de outro modo. Os efeitos na postura que os usos dos saltos causam são evidentes, mudam a distribuição da massa corporal, a espinha curva-se, projeta o tórax para frente, ressalta os seios, empina a bunda e coloca a pélvis numa posição precoital. Os joelhos elevados, tornozelos mais alongados e os pés arqueados são também um forte estímulo. Talvez por isso muitas pessoas achem os pés as partes mais sensuais do corpo humano.
Estes saltos expressam o sentido da força sexual que atua em cada indivíduo de modo particular.
Excitam o desejo pela restrição e pela promessa de liberdade, são um símbolo de elegância, poder e amor.
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